quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Gui Oliva



Inspiração

Choro... hoje acordei num choro interno,
lágrima que umedece uma secura,
um desejo que não chega como quero,
de verso meu a expor minh´alma nua

Chorei... lágrima aguou boca sedentae,
como chuva em auxílio à semente,
adocicada ordenou-me... tenta,
dedilha versos que o coração sente.

Indaguei então... o que é inspiração,
é um dom expondo a alma em rima,
ou donzela a espalhar sonhos e quimeras?

A lágrima sorvida responde e ensina:
como eu, pode ser companheira da ilusão,
depende como a tratas enquanto a esperas!

© Gui Oliva
Santos (SP) – Brasil

Conheça mais textos de Gui Oliva visitando Vida em Caminho.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Shae-Lynn Bourne

Para apreciar o vídeo, acione a pausa da play list no layout lateral.

Shae-Lynn Bourne começou a patinar aos 7 anos de idade, tornando-se mais tarde uma dançarina do gelo. A dançarina canadense competiu em vários Jogos Olímpicos de Inverno e seu parceiro mais constante foi Victor Kraatz. A dupla se tornou campeã mundial em 2003.
Após a conquista do campeonato, Victor Kraatz decidiu parar de patinar e Bourne, após dançar com outro parceiro, seguiu carreira solo.
Hoje ela é treinadora e coreógrafa, e usa sua fama para lutar contra a exploração infantil. Shae-Lynn e Victor participam de vários shows beneficentes.

Além de La Cumparsita, um número solo apresentado em 2005, em que Shae-Lynn arrebata a plateia (vide vídeo acima), destaco mais três apresentações:

Caruso (solo de Shae-Lynn)
Adágio em G Menor (com Victor Kraatz, apresentação em que foram campeões mundiais)
Sadness by Enigma (com Victor Kraatz)

Para saber mais sobre Shae-Lynn Bourne clique aqui.

Antônio Mesquita Galvão



A vida passa...

Se pudéssemos ter consciência de quanto nossa vida é passageira, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades de felicidade. Para nós e para os outros. No jardim, algumas flores são colhidas cedo demais. Algumas mesmo em botões. Há sementes que nunca brotam, assim como há flores que vivem a vida inteira até que, pétala por pétala, tranqüilas, vividas, se entregam ao vento.


Muitos de nós, cegos pela pressa, pela busca de duvidosos status e pelos tantos “compromissos” não sabemos adivinhar a duração da beleza de todas as flores que foram plantadas em nosso redor. E cuidamos mal. Descuidamos de nós e dos outros. Vivemos tristes e preocupados com coisas pequenas. Nos afligimos demais com horários e perdemos tempo, jogamos fora horas e minutos preciosos. Perdemos dia, às vezes anos, quando não a vida toda.

Na maioria das vezes, calamos quando deveríamos falar; falamos demais quando é hora de contemplar o silêncio. Deixamos de dar o beijo, o abraço ou o aperto de mão que tanto nossa alma pede, porque algum orgulho bobo ou um preconceito inócuo impede essa aproximação. Não confessamos amar uma pessoa do mesmo sexo porque “pode pegar mal”. Não declaramos nosso afeto porque imaginamos que o outro conhece nossos sentimentos.

Assim corre o tempo, passa a vida e nós continuamos os mesmos, fechados em nós, circunspectos, arrogantes, embrutecidos. Reclamamos aquilo que nos falta e deixamos de reconhecer e agradecer tudo o que possuímos, sempre achando que temos de menos. De outro lado, compramos, gastamos, consumimos e esbanjamos, sempre comparando nossa vida com a daqueles que julgamos serem mais felizes que nós. E se nos comparássemos com aqueles que têm menos?

Nesses pensamentos pequenos a vida passa. O tempo passa. Passamos pela vida em geral esquecidos de viver. Apenas sobrevivemos. E justamente porque não sabemos fazer coisa melhor... Não aprendemos a tirar da vida o que ela tem de melhor. Um dia, inesperadamente, acordamos, olhamos para trás e constatamos a inutilidade de tudo quanto se fez nesta vida. E perguntamos: E agora? Pode ser tarde demais. Hoje ainda se pode, quem sabe, reconstruir alguma coisa, dar um abraço, perdoar, pedir perdão, agradecer, dizer “eu te amo”.

O ser humano nunca é velho ou jovem demais para amar e ser amado, e assim encontrar um sentido para sua existência. O coração do afeto não tem idade. Não vamos perder tempo olhando para trás. Vamos viver hoje, curtindo o presente com olhos fitos no amanhã. Ainda há tempo de apreciar as flores, colocar os pés no riacho, assistir um pôr-do-sol. Há tempo para nos voltarmos para Deus e para os outros. A vida, ainda que passageira, está em nós. É preciso viver bem, pois só se vive uma vez.

Pior que perder a vida diante da morte é desaproveitá-la no decorrer da existência.

Conheça mais textos do autor clicando aqui.

sábado, 19 de setembro de 2009

Manuel Du Bocage



Soneto do Prazer Maior

Amar dentro do peito uma donzela;
Jurar-lhe pelos céus a fé mais pura;
Falar-lhe, conseguindo alta ventura,
Depois da meia-noite na janela:

Fazê-la vir abaixo, e com cautela
Sentir abrir a porta, que murmura;
Entrar pé ante pé, e com ternura
Apertá-la nos braços casta e bela:

Beijar-lhe os vergonhosos, lindos olhos,
E a boca, com prazer o mais jucundo,
Apalpar-lhe de leve os dois pimpolhos:

Vê-la rendida enfim a Amor fecundo;
Ditoso levantar-lhe os brancos folhos;
É este o maior gosto que há no mundo.

José Manuel Barbosa Maria Du Bocage
(in Poesias Eróticas, Burlescas e Satyricas – 1853)

As obras do autor, citadas a seguir, estão disponíveis para download. É só clicar no título e depois baixar o e-book:
A Morte de D. Ignez
A Pavorosa Illusão
A Virtude Laureada
Elegia
Improvisos de Bocage
Mágoas Amorosas de Elmano
Queixumes do Pastor Elmano Contra a Falsidade da Pastora Urselina

A obra a seguir está disponível sem precisar de download, é só clicar:
Sonetos e Outros Poemas

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Andréa Maia



"Quando amo..."

Quando amo,
Sou sentimento preciso
Palavra incisiva
Sou corpo em entrega.

Sou coração desvairado
Alma inquieta, desperta.
Sou olhos fechados
Porta aberta!

Sou relógio parado
Ponto de partida
Sou sem lar, sem hora pra voltar.

Passional,
Quase louca...
Irracional.

Quando amo sou isso.

Mulher de direito e avesso...
Que sem qualquer receio de perda ou de dor
Por esse turbilhão de amor,
Paga o devido preço!

© Andréa Maia
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil

Conheça mais poemas de Dea Maia clicando aqui

Michael Jackson

Para ouvir o vídeo, não se esqueça de acionar a pausa na play list lateral.

“Earth Song”, de 1996, nunca foi lançada como single nos EUA, mas fez o maior sucesso no Reino Unido.

Canção da Terra fala de desmatamento, poluição, pesca predatória, guerra, fome, etc. Por ter sido censurada nos EUA, o maior destruidor do planeta, a maioria de nós desconhecia o clipe. O que não passa lá, não passa aqui.

Divulgo-o no Scenarium, não por mais uma performance de Michael Jackson, mas sim pela mensagem que a canção transmite.

Se você quiser acompanhar a letra em espanhol, clique aqui.

Fonte: TV UOL

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Gibran Khalil Gibran



"Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:

Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas - as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas - e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando: "Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"

Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.

E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: "É um louco!". Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.

Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: "Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!"

Assim me tornei louco.

E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós."

Trecho do Livro O Louco

domingo, 13 de setembro de 2009

Sá de Freitas



Hei de Encontrar

Hei de encontrar ainda em meu caminho,
O amor que busco desde a mocidade,
Mesmo que seja no findar da tarde,
Que pressinto chegar-me de mansinho.

Não falo do gostoso "amor-carinho",
Que traz ao nosso corpo a saciedade:
Falo do amor que falta à humanidade,
Sem o qual cada ser vive sozinho.

Falo daquele amor que mata a fome,
Que agasalha a quem no frio dorme,
Que ao desolado vem trazer alento.

Falo do amor que pouca gente aplica,
Falo do amor que pouco se pratica,
Contido NO PRIMEIRO MANDAMENTO.

© Sá de Freitas
Avaré (SP) - Brasil

sábado, 12 de setembro de 2009

Maria Sanz Martins



Da Minha Precoce Nostalgia - Crônica

Quando eu for bem velhinha, espero receber a graça de, num dia de domingo, me sentar na poltrona da biblioteca e, bebendo um cálice de Porto, dizer a minha neta:
- Querida, venha cá. Feche a porta com cuidado e sente-se aqui ao meu lado. Tenho umas coisas pra te contar. E assim, dizer apontando o indicador para o alto:
- O nome disso não é conselho, isso se chama corroboração!
Eu vivi, ensinei, aprendi, caí, levantei e cheguei a algumas conclusões. E agora, do alto dos meus 82 anos, com os ossos frágeis a pele mole e os cabelos brancos, minha alma é o que me resta saudável e forte.
Por isso, vou colocar mais ou menos assim:
É preciso coragem para ser feliz. Seja valente.
Siga sempre seu coração. Para onde ele for, seu sangue, suas veias e seus olhos também irão.
E satisfaça seus desejos. Esse é seu direito e obrigação.
Entenda que o tempo é um paciente professor que irá te fazer crescer, mas escolha entre ser uma grande menina ou uma menina grande, vai depender só de você.
Tenha poucos e bons amigos. Tenha filhos. Tenha um jardim.Aproveite sua casa, mas vá a Fernando de Noronha, a Barcelona e a Austrália. Cuide bem dos seus dentes. Experimente, mude, corte os cabelos. Ame. Ame pra valer, mesmo que ele seja o carteiro.Não corra o risco de envelhecer dizendo "ah, se eu tivesse feito..." Tenha uma vida rica de vida. Vai que o carteiro ganha na loteria - tudo é possível, e o futuro, tsc, é imprevisível.
Viva romances de cinema, contos de fada e casos de novela. Faça sexo, mas não sinta vergonha de preferir fazer amor. E tome conta sempre da sua reputação, ela é um bem inestimável. Porque sim, as pessoas comentam, reparam, e se você der chance elas inventam também detalhes desnecessários.
Se for se casar, faça por amor. Não faça por segurança, carinho ou status.
A sabedoria convencional recomenda que você se case com alguém parecido com você, mas isso pode ser um saco!
Prefira a recomendação da natureza, que com a justificativa de otimizar os genes na reprodução, sugere que você procure alguém diferente de você. Mas para ter sucesso nessa questão, acredite no olfato e desconfie da visão. É o seu nariz quem diz a verdade quando o assunto é paixão.
Faça do fogão, do pente, da caneta, do papel e do armário, seus instrumentos de criação. Leia.
Pinte, desenhe, escreva. E por favor, dance, dance, dance até o fim, se não por você, o faça por mim.
Compreenda seus pais. Eles te amam para além da sua imaginação, sempre fizeram o melhor que puderam, e sempre farão.
Cultive os amigos. Eles são a natureza ao nosso favor e uma das formas mais raras de amor.
Não cultive as mágoas - porque se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que um único pontinho preto num oceano branco deixa tudo cinza.
Era só isso minha querida.Agora é a sua vez. Por favor, encha mais uma vez minha taça e me conte: como vai você?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Maria Mercedes Paiva


Clique na imagem para ler o poema

© Eme Paiva
São Paulo (SP) - Brasil